FÓRUM DIÁLOGO COM AS SOMBRAS
QUARTA PARTE – TÉCNICAS E RECURSOS
CAPITULO 33 = O PASSE
A técnica do passe magnético, nas sessões de desobsessão, merece algumas observações específicas.
Tão difundida está hoje, pelo menos no Brasil, a ideia do passe, que até os dicionários comuns contêm definições aceitáveis dele, como, por exemplo, o de Caldas Aulete e o da Academia Brasileira de Letras, organizado pelo Professor Antenor Nascentes, que dizem basicamente a mesma coisa: — Passes, pl. passagens que se fazem com as mãos por diante dos olhos de pessoa que se pretende magnetizar, ou sobre a parte doente da pessoa que se pretende curar por força mediúnica.
É certo que a definição não cobriu todo o campo de ação do passe, mas, que mais se poderia exigir de um dicionário não especializado em fenomenologia espírita?
CAPITULO 34 = RECORDAÇÕES DO PASSADO
Somos o nosso próprio passado. Dormem soterradas nos tenebrosos porões do inconsciente as razões das nossas angústias de hoje, tanto quanto estão em nós as conquistas positivas, que lutam por consolidar-se na complexidade da nossa psicologia, tentando suplantar os apelos negativos que insistem em infelicitar-nos. Estamos a caminho da redenção quando damos apoio consciente às tendências do bem em nós, quando estimulamos, com as nossas lágrimas, e cultivamos, com amor e sofrimento, as sementeiras da paz.
Se, ao contrário, nos deixamos dominar pelas sombras que trazemos no íntimo, paramos no tempo, enquanto se aprofundam em nós as raízes do desequilíbrio, no terreno fértil das paixões que julgamos tragicamente indomáveis, quando são, simplesmente, indomadas. É preciso saber que cabe a nós — e a ninguém mais — domá-las; mas, enquanto nos apraz o erro, todo o nosso esforço é posto na tarefa inglória de manter soltas as paixões, e presas as recordações.
CAPITULO 35 = A CRISE
O doutrinador precisa estar atento aos primeiros sinais de que o Espírito manifestante começa a ceder, para que ele próprio —doutrinador — possa reformular a sua tática. Espíritos muito agressivos e violentos manifestam-se, de início, irritadíssimos, em altos brados, dando murros na mesa, proferindo ameaças terríveis. Não é possível, nessa condição, argumentar com eles. É
preciso esperar que o vagalhão impetuoso do rancor se desfaça, por si mesmo, na praia mansa. Se opomos resistência, a explosão é inevitável e o dano pode ser irreparável. É preciso ter paciência e esperar. Não ficar mudo ante a sua cólera, mas não opor grito contra grito, murro contra murro. A cólera passa, pois é muito difícil sustentá-la indefinidamente contra quem não nos oferece resistência. Por este motivo, são tão importantes os primeiros diálogos de cada manifestação. Mesmo irritado, esbravejando, ameaçador, o Espírito deve ser recebido com respeito e carinho. Se a conversa for bem orientada, ele nos respeitará e, aos poucos, irá compreendendo que não precisa gritar seus argumentos. Nesses casos, costumo dizer, aos queridos companheiros desatinados, que só grita aquele que não tem razão.
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