Após nos refazermos pela manhã, considerando a viagem ainda longa, despedimo-nos, comovidos. Pelo menos, quanto a
mim, podia afirmar que me afastava com mágoa, tão belas as lições ali colhidas!
Alfredo e a esposa nos abraçaram, sensibilizados, -feliz e êxito no trabalho.
Entre dezoito e dezenove horas, atingimos uma casa singela de bairro modesto. No longo percurso, através de ruas movimentadas, surpreendia-me, sobremaneira, por se me depararem quadros totalmente novos. Identificava, agora, a presença de muitos desencarnados de ordem inferior, seguindo os passos de transeuntes vários, ou colados a eles, em abraço singular. Muitos dependuravam-se a veículos, contemplavam-nos outros, das sacadas distantes. Alguns, em grupos, vagavam pelas ruas, formando verdadeiras nuvens escuras que houvessem baixado repentinamente ao solo.
Nas primeiras horas da noite, Dona Isabel abandonou a agulha e convidou os filhinhos para o culto doméstico.
Notando o interesse que me despertavam as crianças, Aniceto explicou:
– As meninas são entidades amigas de “Nosso Lar”, que vieram para serviço espiritual e resgate necessário, na Terra. O mesmo, porém, não acontece ao pequeno, que procede de região inferior.
De fato, eu identificava perfeitamente a situação, O rapazola não se revestia de substância luminosa e atendia ao convite materno, não como quem se alegra, mas como quem obedece.
No comentário evangélico, eu recolhia observações interessantes.
Tal como no caso de Ismália, quando lhe ouvíamos a sublime melodia, a interpretação de Fábio estava cheia de maravilhas espirituais que transcendiam à capacidade receptiva de Dona Isabel. A viúva de Isidoro parecia deter tão somente uma parte.
Desse modo, as crianças recebiam a lição de acordo com as possibilidades mediúnicas da palavra materna, enquanto que a nós outros se propiciava o ensinamento com maravilhoso conteúdo de beleza.
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