Fórum Entre a Terra e o Céu
Cap.22 – Irmã Clara
Cap.23 – Apelo maternal
Cap.24 – Carinho reparador
Cap.22 – Irmã Clara
Cap.23 – Apelo maternal
Cap.24 – Carinho reparador
– Júlio! Júlio! comparece, covarde! … – bramia o enfermeiro, possesso.
E percebendo talvez a simpatia que Amaro nos conquistara, à face da serenidade com que suportava a situação, prosseguiu, invocando, revel:
– Comparece para desmascarar o patife que procura comovernos!
Júlio, odeio-te! Mas é necessário apareças! Acusa teu desalmado assassino!…
O Ministro procurava contê-lo, bondoso, mas Silva, como potro indomesticado, gesticulava a esmo e continuava, conclamando:
– Júlio!… Júlio!…
Voltando à residência de Amaro, ainda conseguimos observá-lo, fora do veículo denso, em conversação com Odila, sob o amparo direto de nosso orientador.
A primeira esposa do ferroviário, identificando o marido, provavelmente com o auxílio de Clarêncio, abandonara Zulmira por instantes e ajoelhara-se-lhe aos pés, rogando, súplice:
– Amaro, expulsa! Corre com esta mulher de nossa casa! Ela furtou a nossa paz… Matou nosso filho, prejudica Evelina e transtorna-te!…
Apontando a enferma com terrível olhar, acentuava:
– Porque reténs semelhante intrusa?
Enquanto regressávamos ao nosso círculo de trabalho e de estudo, para articular novas providências de auxílio em favor dos protagonistas da história que a vida estava escrevendo, concluí que não me cabia perder a oportunidade de mais amplo entendimento com o nosso orientador, com alusão aos esclarecimentos que nos fornecera, acerca do perispírito.
Assim como o homem comum mal conhece o veículo em que se movimenta, ignorando a maior parte dos processos vitais de que se beneficia e usando o corpo de carne à maneira de um inquilino estranho à casa em que reside, também nós, os desencarnados, somos compelidos a meticulosas meditações para analisar a vestimenta de que nos servimos, de modo a conhecer-lhe a intimidade.
Cap.16 – Novas experiências.
Noite fechada e alta, tornamos ao domicílio do enfermeiro, seguidos de Clarêncio, que funcionava, como sempre, junto de nós, por mentor diligente e amigo.
Mário Silva, estirado nos lençóis, debalde procurava dormir.
O sonho da véspera castigava-lhe o pensamento.
Ruminando as impressões da manhã, refletia de si para consigo:– “seria realmente Amaro, o rival, quem lhe surgira na forma de um criminoso? e aquela mulher chorosa e acabrunhada seria, porventura, Zulmira, a companheira de infância, que ainda lhe feria as recordações? Onde o motivo de semelhante reencontro? Teimava em afastar para longe as reminiscências da mocidade… por isso mesmo, não acreditava estivesse nele próprio a causa do estranho pesadelo…
Cap.17 – Recuando no tempo.
Depois do nosso esforço de autocondensação, para o necessário ajuste vibratório, Clarêncio abeirou-se dos dois amigos, com o amoroso poder que lhe era característico, e, em nos reconhecendo, Mário associou-nos a presença ao pesadelo da véspera e passou a clamar:
– Meu caso não é com a polícia!… Não precisamos de qualquer delegado aqui!…
– Acalma-te, amigo! – respondeu o Ministro, atencioso. –
Não somos quem julgas. Estamos aqui para que te lembres… É indispensável te recordes.
E, situando a destra na fronte do enfermeiro, reparamos que
Mário Silva aquietava-se, de repente.
Cap.18 – Confissão.
Amaro, cujo semblante exibia os sinais de renovação a que nos reportamos, começou a dizer, comovido:
– Sim, recordo-me perfeitamente… A madrugada do Ano Bom de 1869 ficou marcada para sempre em nossa memória… Abordaríamos Assunção, procedendo de Santo Antônio, em angustiosa expectativa… A curiosidade abafava a exaustão… Lembro-me de que, antecedendo-se ao desembarque, Esteves procurou- nos, solicitando-nos o concurso fraterno para a solução de um problema que reputava importante para o futuro que o aguardava… Éramos três amigos inseparáveis na caserna e achávamo-nos os três juntos… Ele, Júlio e eu…
Cap.13 – Análise mental.
O relógio terrestre assinalava meia-noite e três quartos, quando tornamos ao singelo domicílio de Antonina.
A casinha dormia, calma.
Acocorado a um canto, o velho Leonardo mantinha-se na sala, pensando… pensando…
Adensamo-nos, ante a visão dele, e, reconhecendo-nos, ergueu- se e começou a gritar:
– Ajudai-me, por amor de Deus! Estou preso! preso!…
Clarêncio, bondoso, convidou-o a acomodar-se na poltrona simples e induziu-o à prece.
O velhinho, contudo, alegou total esquecimento das orações que formulara no mundo, crendo que apenas lhe serviriam as palavras decoradas, mas o orientador, elevando a voz, com o intuito evidente de sossegá-lo na confiança íntima, pronunciou comovente súplica à Divina Providência, implorando-lhe proteção e segurança para quem se mostrava tão desarvorado e tão infeliz.
Cap.14 – Entendimento.
Antonina, modificada, esfregava os olhos como quem não desejava acreditar no que via, mas, resignando-se à evidência, continuou:
– Compadece-te de mim! compadece-te!…
– Lola, donde vens? – perguntou o infeliz.
– Não me induzas a lembrar!…
– Não lembrar? Que condenado no tormento da expiação será capaz de esquecer? A culpa é um fogo a consumir-nos por dentro…
– Não me reconduzas ao passado!…
– Para mim é como se o tempo fosse o mesmo. O inferno não tem horas diferentes… A dor paralisa a vida dentro de nós…
– É preciso olvidar…
– Nunca! O remorso é um monstro invisível que alimenta as labaredas da culpa… A consciência não dorme…
Cap.15 – Além do sonho.
Tornando a Esteves, Clarêncio ofereceu-lhe o braço amigo, mas o moço prorrompeu em súplica:
– Não me prendam! Não me prendam! Sou a vítima!…
O Ministro absteve-se de continuar em sua afetiva manifestação.
No passo vagaroso de quem carrega um fardo de aflição, o inimigo de Leonardo retirou-se para a via pública, regressando ao aconchego doméstico.
Seguimo-lo a pequena distância.
Renovava-se o dia.
Pedestres marchavam diligentes, na direção do trabalho.
Bondes rangiam, sonolentos, e os autos, aqui e ali, começavam
a transitar pelas ruas.
Em breve tempo, o rapaz, seguido de nosso grupo, estacionou à frente de vasto conjunto residencial.
Grande relógio próximo exibia o mostrador.
Em O Livro dos Espíritos, Kardec denomina os fenômenos anímicos de fenômenos de emancipação da alma, porque, nessa condição o Espírito se revela mais livre, ou independente, do jugo do corpo físico.
Nos fenômenos anímicos, o Espírito encarnado desprende-se momentaneamente do seu corpo físico e entra em comunicação com outros Espíritos, desencarnados ou encarnados. Durante esse desprendimento — que pode ser mais ou menos duradouro — o Espírito encarnado desprendido ou desdobrado tem consciência das ocorrências desenvolvidas tanto no plano físico quanto no plano espiritual podendo participar ativamente delas. (O Livro dos Médiuns – Cap. XIX, item 223, perguntas 1 a 5)
AULA: Emanc alma2
APOSTILA EPM – Prog. 1 – Módulo 1 – Roteiro 6
1. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 84. ed. Rio de
Janeiro: FEB, 2003. Questão 401, p. 221.
2. ______. Questão 402, p. 222.
3. ______. Questão 402, p. 223.
4. ______. Questão 420, p. 229.
5. ______. Questão 421, p. 230.
6. ______. Questão 422, p. 230.
7. ______. Questão 423, p. 230.
8. ______. Questão 424, p. 231.
9. ______. Questão 425, p. 231.
10. ______. Questão 455, p. 239.
11. ______. p. 243.
12. ______. p. 244.
13. ______. O Livro dos Médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 73. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004, 2ª Parte, cap. 7. Itens 114 a 118, p. 152-156.
14. ______. Item 119, p. 156-157.
15. ______. Item 122, p. 159-160.
16. ______. Item 123, p. 160-161.
17. ______. Cap. XVI, item 190, p. 234..
18. ______. Cap. XIX, item 223, perguntas 1 a 5, p. 268-270.
19. PERALVA, Martins. Mediunidade e Evolução. 8. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2000,. Cap. 13 (Escolhos da mediunidade), item: Animismo, p. 55-56.
20. SANTOS, Jorge Andréa. Lastro Espiritual nos Fatos Científi cos. Petrópolis, [RJ]: Espiritualista F. V. Lorenz, p. 125 (Forças anímicas e mediúnicas).
21. SCHUTEL, Caírbar. Médiuns e Mediunidade. 8. ed. Matão, SP: O Clarim, p. 103 (Fenômenos anímicos e espíritas).
22. TEIXEIRA, José Raul. Correnteza de Luz. Pelo Espírito Camilo. Niterói, RJ: FRÁTER, 1991, p. 99 (Mediunidade e animismo).
23. ______. p. 100.
24. XAVIER, Francisco Cândido. Nos Domínios da Mediunidade. Pelo Espírito André Luiz. 31. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Cap. 22, (Emersão no passado),
p. 246-247.
25. ______. p. 247.
26. ______. No Mundo Maior. Pelo Espírito André Luiz. 23. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003. Cap.(Mediunidade), p. 150 .
“O sono é a porta que Deus lhes abriu, para que possam ir ter com seus amigos do céu; é o recreio depois do trabalho, enquanto esperam a grande libertação, a libertação final, que os restituirá ao meio que lhes é próprio. Allan Kardec: O livro dos espíritos, questão 402.
AULA: Emanc Alma 1 maio16
APOSTILA EPM – Prog. 1 – Módulo 1 – Roteiro 6
APOSTILA ESDE – Programa complementar tomo Único
Módulo VII – Fenômenos de Emancipação da Alma
Rot. 1 – O sono e os sonhos
1. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. 127. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Cap. 28, Item 38, p. 468-469.
2. ______. O livro dos espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 91. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006, questão 401, p. 249.
3. ______. Questão 402, p. 250-251.
4. ______. p. 251-252.
5. ______. p. 252.
6. ______. Questão 403, p. 252-253.
7. ______. Questão 407, p. 255.
8. ______. Questão 409, p. 255.
9. ______. Questão 414, p. 256.
10. ______. Questão 415, p. 257.
11. FLAMMARION, Camille. 6. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. A morte e o seu mistério. vol. I, cap. IX, p. 241-242.
12 XAVIER, Francisco Cândido. Há dois mil anos. Pelo Espírito Emmanuel. 48. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007, Primeira Parte, cap. 1, (Dois amigos),
p. 20-21.
13. ______. Missionários da luz. Pelo Espírito André Luiz. 42. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Cap. 8, (No Plano dos Sonhos), p. 101-102.
14. ______. p. 103-104.
15. ______. Nos domínios da mediunidade. Pelo Espírito André Luiz. 34. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Cap. 20, (Mediunidade e oração), p. 225-226.
16. ______. p. 227-229.
17. ______. p. 230.
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